terça-feira, 16 de novembro de 2010

A menina que parou o mundo e construiu a Lua com os pés.


                                                                  CAPÍTULO V

 

Continuando..

Ainda estou acordada na mesma noite com meu avô olhando para o céu, maravilhada com as luzes do chamado "céu estrelado" ..encantada! Queria relatar tanto detalhes, mas tenho que ser mais direta nos meus assuntos ou acabarei confundindo a cabeça de vocês. É emocionante falar da minha infância, se bem que não dei nem meus primeiros passos ainda e estou sonhando como uma adolescente. Dizem que eu tenho um cérebro super avançado, será? Acho que não, só tenho sonhos! Mas vamos caminhando não quero mudar os caminhos da minha história, como vocês sabem sou um pouco histérica acabo "enfiando" assuntos do meu dia a dia na história, adoro fazer isso, espero que não se incomodem com minhas atitudes.. Nesta noite com meu avô aconteceu algo surpreendente, acreditem soltei minha primeira palavra, minhas cordas vocais começaram a ser treinadas pouco a pouco, antes só chorava ou gritava e agora soltei algo coeso.. que exagero! Adivinhem o que disse? Acho melhor não contar agora, minha intuição diz para deixar um pingo de dúvida por aqui, vou segui-la. A sensação a vontade de dizer era tanta que parecia ter esvaziado meus pulmões que eram pequenos, sentia tanta ancia de dizer que segurei todo meu fôlego e larguei no mesmo instante que saiu de minha pequena boca que ao soar a palavra parecia ter ficado maior que a da Angelina Jolie.. Penso comigo mesma, das repetidas vezes que ouvi, meus neurônios assimilaram a palavra e armazenaram em algum lugar no meu cérebro. Hoje em dia até quando escrevo em meus cadernos na minha escola tenho tanto cuidado quando vou fazê-la que chego a desenhar as letras uma por uma, minhas coleguinhas reclamam quando pegam meu caderno porque a cada cinco páginas três delas tem escrito nas bordas com canetinhas coloridas. Dizem elas: "..mas tu gostas dessa palavra.." Claro que gosto, não imaginam o significado que a palavra ".." acharam que eu entregaria o ouro tão fácil assim? Não vou dizer, pensem um pouco..! Mas voltando para o dia do "céu estrelado".. meu avô confessou a mim porque admirava tanto o céu principalmente a noite, dizia ele que o céu era o portal dos desejos e sonhos, aprendeu a fazer pedidos por ali. Só basta ter a chave certa para encontrar os caminhos pelas estrelas até chegar na Lua. O primeiro pedido que fez foi sentado na sua cadeira de balanço. Sua Teoria era: ".. embalando a cadeira onze vezes para frente depois de fazer seu pedido uma estrela cadente cairia e realizaria seu sonho ou desejo.." Apelidei de "Teoria do Vovô"

-  Quando era jovem queria encontrar uma garota que demonstrasse nos olhos a pureza. Afirmou ele.

Digamos que antes de se casar meu avô era rígido, procurava alguém com muitas qualidades e que pensasse da mesma maneira que ele. Foi então que ocorreu seu primeiro pedido. O que aconteceu? Aparece em sua vida um ano depois a jovem garota que tanto esperava. Uma das coisas que mais chama atenção para mim nesse senhor sonhador é a sua calma, paciência de esperar. Coisa que eu não tenho e ele tenta me ensinar toda vez que vou visitá-lo.. Desde esse época ele valoriza muito as noites, principalmente quando está no período da Lua Minguante. Passei a entender o porquê de estar ali com ele quando o conheci. Sabe o mais engraçado? Comecei a sentir a cadeira balançar e contei cada uma das vezes e fechava onze certinho. Toda vez que fechava a ultima havia um grande intervalo, uma pausa onde ele olhava para cima e sorria e os seus olhinhos de japonês que se fechavam. Queria saber se ele estava pedindo algo ou apenas pensando, mas deduzi que sim ele só poderia estar pedindo algo. Fez três vezes consecutivas os mesmo movimentos e apontou com seus dedinhos gordinhos para o céu e soltou uma risada linda. No mesmo tempo soltou uma lágrima que caiu em meu rosto, senti o calor das gotas a sua emoção dentro de mim mesma. De repente, colocou-me diante de seu peito, escutei seu coração bater aceleradamente e foi então que ele disse: ".. Eu sabia.." Adormeci em seu colo e só despertei no dia seguinte com a luz do sol batendo em meu rosto. Senti falta de minha mãe, queria chamar minha avó e dizer para ele o que eu estava desejando. Mas olhem só que coincidência veio ela dizendo que minha mãe havia ligado e avisando que na terça feira um feriado estava por vir e ela passaria dois dias comigo já que no final de semana não pode me ver. Logo após lembrei de meu avô e queria vê-lo mas não estava mais por perto, procurei por todos os cantos da casa, só veria ele novamente no outros final de semana. Voltando na manhã de segunda feira, dia 21 de dezembro os raios de luz mostravam a beleza do dia, ventava pouco e estava super quente, eu e minha querida avó fomos andar pelo campo verde, uma delicia. Super agradável, ouvia o som dos pássaros cantando e sentia os pés de dona Sofia pisando nas folhas secas que caíram das árvores, adorava aquele estralo das folhas quebrando ao meio. Sabem o que percebi? Minha vida começou por ali, foi baseado em histórias de pessoas mais velhas que aprendi as coisas que trago comigo até hoje. Independente da idade as mentes pensam da mesma forma o único detalhe que modifica uma pessoa da outra é a beleza exterior que muda conforme o tempo, mas por dentro desde quando conhecemos alguém a beleza interior não muda por mais que o tempo passe. Aprendi com quem? Com a convivência.. com a minha própria forma de viver e tornar as coisas reais. Foi desta forma que encontrei as qualidades dentro de mim e quero mostrá-las com o tempo em cada folha de meu caderno assim como estou fazendo agora. E aí, descobriram a minha primeira palavrinha ou está difícil? Calma, só revelarei no próximo capítulo..

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